Daniel Alves conseguiu juntar mais de R$ 5 milhões pagar pagar sua fiança e deixar a cadeia após 14 meses preso. Condenado por estupro no mês passado a quatro anos e meio de prisão, metade do tempo pedido pelo Ministério Público, que pode conseguir a reversão da decisão judicial, o ex-jogador deve receber essa quantia de volta no final do processo, independentemente da manutenção ou não de sua condenação.
Mas por que isso deve acontecer? A gente te explica esse importante detalhe da legislação espanhola. Nas leis daquele país, a fiança equivale a um incentivo para que o réu não fuja do julgamento. Não custa lembrar que Daniel deve seguir uma série de medidas restritivas ao ser posto em liberdade.
A lei espanhola determina que a fiança fique com o tribunal ao longo de todo o processo e esse valor seja devolvido ao réu em caso dele comparecer em todas as datas de intimação. Isso inclui ainda naquela onde o processo for finalizado sem chance de recurso.
Ao jornal "Valor Econômico", o advogado criminal Salvador Aguirre Pliego explicou: "Na Espanha, a fiança é como um "caução", para garantia de comparecimento do réu no tribunal nas datas e horas indicadas durante o processo judicial".
Em outras palavras, a fiança atua em alguns casos como uma medida para impedir o réu de tentar fugir do país. Já o valor da quantia é devolvido independente do resultado final se forem seguidas, é claro, as medidas estipuladas em juízo.
No caso de condenação, convém lembrar, são descontados todas as multas ou outros valores a serem cobrados do réu. Então, as sobras acabam devolvidas ao réu. Na quarta-feira passada (20), Daniel teve o pedido de liberdade provisória atendido pela Justiça espanhola e acreditava que poderia contar com a ajuda de Neymar, o que não teria ocorrido desta vez.
Desde a prisão, o brasileiro nunca admitiu o crime de estupro e apresentou cinco versões diferentes, chegando a dizer que houve relação sexual consensual.